Segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), no Brasil já existem mais de 264 mil carros blindados e a tendência é que esse número cresça mais, visto que anualmente quase 17 mil novos carros recebem a proteção extra. O vidro blindado possui uma estrutura semelhante ao vidro comum, no entanto recebe mais camadas para aumentar sua resistência.
Mas como ele consegue tamanha resistência? Primeiro, a estrutura, que passou por grandes modificações ao longo do tempo para aumentar a proteção nos veículos e reduzir o peso em suas estruturas. Segundo, os testes para a certificação, cada vez mais assertivos. Continue lendo o post, entenda quais são esses testes.
Constituição do vidro blindado
O vidro blindado é produzido de forma muito semelhante ao vidro laminado. Basicamente ele é constituído de várias camadas de lâminas de vidro e outras películas que proporcionam a resistência esperada, como resinas específicas e o PVB (Polivinil Butiral) em um processo chamado de multi laminação.
Após as camadas serem dispostas, o vidro passa para o autoclave, uma espécie de tanque que aquece o vidro. Lá, permanece por até 7 horas em uma combinação de alta temperatura e pressão para a peça se tornar uniforme. Por fim, o vidro recebe uma moldura de aço balístico nas bordas, a fim de aumentar sua eficiência e proporcionar um bom acabamento.
As camadas extras de resina e PVB é que tornam o vidro tão resistente, principalmente aos impactos balísticos. A primeira folha tem o objetivo de amortecer o primeiro impacto do projétil, reduzindo sua velocidade. As demais camadas servem para evitar o estilhaçamento, enquanto a última reduz a força causada pelos impactos.
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Testes para certificação
No Brasil, a ABNT desenvolveu uma norma única para todos os tipos de vidros blindados. A NBR 15000 determina as características para as blindagens destinadas a impactos balísticos.
Os testes para certificação são realizados pelo Exército Brasileiro. São eles:
Teste de balística (avaliação de impacto)
Basicamente a empresa envia um vidro de um determinado lote para o Exército e esse faz vários testes. O mais conhecido é atirar no vidro para avaliar o dano. O teste de balística tem o objetivo de avaliar como o vidro se comporta no impacto com os principais calibres, bem como o dano causado em um determinado ponto da amostra.
O teste de balística avalia:
- ameaças para esféricas;
- velocidade e fragmentação;
- ameaças de pequeno e médio calibre (até 30mm);
- ameaças de armas pontiagudas;
- ameaças não letais.
Teste de posicionamento
Os disparos são feitos em posições e em diferentes sequências, além de faces de ataque.
Resistência ao risco
Esse teste visa avaliar o ponto em que o vidro trincou, levando em consideração a velocidade e intensidade da possível trinca. Ao contrário do teste balístico, não são usados projéteis, mas sim outros materiais como pedras.
Testes de envelhecimento acelerado
O teste de envelhecimento acelerado utiliza ferramentas e máquinas para entender como o vidro se comporta quando envelhecido, bem como a exposição a agentes como calor e chuva. Outro fator analisado é como o padrão de envelhecimento pode ser capaz de afetar a vida útil do carro que recebe a blindagem.
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Teste de umidade
Visa entender se há umidade entre as placas que compõem o vidro e se esta umidade está em níveis aceitáveis.
Há outros testes importantes, são eles:
- Testes mecânicos e físico-químicos;
- Testes e análise óptica de qualidade.
- Testes de durabilidade;
- Testes VSO (limite balístico do material);
- Testes exaustivos (multihit).
São muitos testes, mas são extremamente necessários. Tudo para que o produto seja adequado às necessidades dos consumidores e oferecer a proteção indicada conforme seu nível balístico.
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